segunda-feira, 11 de julho de 2011

Temperos Italianos

O encontro de agosto de 2011 foi novamente italiano. Eu que escolhi. Puramente italiano (sim, de novo, mas vamos fazer o que... as raízes não se soltam tão fácil, ainda mais quando vamos ficando mais velhos e saudosistas, mesmo sem saber direito o que...). Pois bem, encontro agendado, vamos nessa.

A expectativa era interessante. As fotos da casa remetiam a uma casa italiana, tipicamente italiana, em meio a um monte de prédios chiques e elegantes. A casa é o contraste do bairro: simples, velha e com pintura desgastada. Era o que esperávamos e ficamos fascinados pelo local. Como ainda não conhecíamos este lugar antes ? Era o que nos perguntávamos, inconscientemente...



Antes, Curtis e eu curtimos (com o perdão do trocadilho) um Cazuza em homenagem a morte do artista; até pegarmos o Bambino, um pouco antes do meio dia. Ao som do maluco-carioca-bêbado-artista-único, rumamos até o restaurante.

Antes ainda, fui pegar o Curtis em seu escritório. Não esperei no carro e parei do outro lado da rua. Com um sobretudo sobre os ombros, apenas... me lembrei de Michael cuidado de seu pai, Don Corleone, no hospital... em God Father I.

O segurança da empresa ficou me olhando atravessado. "Que italiano de merda é esse parado na rua ?", deve ter pensado... mas me superei e mantive firme. Curtis estava como o Pacino em God Father II. Impagável. Terno riscado. Colete. Gravata grossa e verde, a frente de uma elegante camisa branca. Sobretudo. Gel impecável. Um italino puro. Como tem que ser.

Finalmente, chegamos. A entrada assusta e comove. A escada, então, dá a primeira impressão de que escolhemos o lugar certo. Mira...:



A subida da escada foi devagar. Tomei a frente, Curtis no meio, Bambino no fundo. O garçom parece ter tremido ao entrarmos... não tinha ninguém ainda no salão, e demorou para chegar. Até pensei: "será que garçom é um capanga de famílias inimigas.. e já avisou a turma que chegamos... ??"

Mas também, pela face do Curtis, até eu estava meio assustado... quem duvidaria de uma metralhadora italiana por baixo daquele sobretudo ?

Sentamos numa mesa ao fundo, com o Curtis gritando que queira "sentar na janela". A visão era de árvores secas, típicas de inverno. O cardápio foi: 1,5kg de frango prensado (segundo o garço, o carro chefe da casa), 1 prato de massa italiana ao sugo e 1/2 massa alho e óleo (com o Curtis reclamando...). De entrada, o Bambino pediu polenta frita e tomates iatlianos regados a órégano, oliva e alho. Todos pratos sensacionais. Destaque para a massa alho e óleo. Não sobrou nada para contar; todos os pratos foram mortos e enterrados.

Chegaram outras famílias, outros capangas e algumas raparigas. Bebemos vinho tinto, Curtis e Eu; enquanto que o Bambino ficou na book. Foi, certamente, o encontro mais tranquilo de nossa confraria. Falamos de frivolidades de forma mais calma. Era uma sexta-feira mais calma, talvez. Menos intensa; sinal de que a vida pode ser menos intensa também, pelo menos em alguns momentos. O Bambino larga: "passei 2h de minha vida sem pensar em trabalho"... essa foi uma frase importante.

De sobremesa, eu apenas, doce de ovos e café. Tudo muito bom. Ficamos ainda mais um pouco curtindo aquele lugar. Bambino preparou CD´s, Iron Butterfly, uma excelente banda antiga e virtuosa que o Bambino catou em algum lugar. Excelente. Está tocando no set do meu carro, por enquanto.

Saímos bem, satisfeitos com a comida, bebida e serviço, talvez com o preço também. De certa forma, justo, acho. Ainda restavam alguns segundos para as fotos finais, estas reservadas apenas aos confrades. Enfim, valeu tudo. Esperamos agora por agosto, para incluir 2h a mais nesta vida maluca de tempos vivos e tempos mortos. Estas 2h foram inclusas na categoria "tempos vivos", certamente.

Fotos cretinas no final... Pacino (como Pacino); Luca Brasi e Tom Hagem...




Mas ainda antes de sair (estou parecendo o Tarantino com este texto que vai e vem), combinamos o final de semana e um encontro de confraria com as privilegiadas, em minha casa. Curtis queria alguma surpresa; Renato queira um Fondue de Chocolate. No final, deu tudo certo. Com bruschetas. Mas isso é papo para outro dia.

By Alberton

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